Projeto de Controlador Deadbeat

Aplicando este controlador na planta adotada no "estudo de caso".

Lembrando dados da planta:

O RL obtido para esta primeira versão do Deadbeat é mostrado à seguir:

rl_deadbeat_versao_1.png

Note que muitos cancelamentos foram realizados, mas infelizmente, os 2 pólos duplos em , criaram 2 traçados de RL que já partem da borda do círculo unitário (em ) para fora do circulo unitário para qualquer valor de ganho . Então, esta opção é inviável, já deixa nosso sistema instável de partida.

Temos que definir uma nova posição para os 2 pólos que faltam. Pela teoria já estudada, percebemos que é útil manter um dos integradores (um dos pólos em ) para garantir erro nulo para entrada degrau, mas o outro pólo que falta definir não pode se localizar neste mesmo lugar. Este pólo deve ser estável, portanto, deve estar dentro do círculo unitário: em ó. Supondo que o ponto de partida (break out) para sugir no RL na metade do caminho entre estes 2 pólos, o ideal seria que este ponto de partida coincidesse com a origem do plano- para garantir o menor tempo de resposta possível (teríamos 2 pólos de malha fechada reais em ). Apostando então nesta proposta, colocamos este pólo extra, exatamente do outro lado do círculo unitário em .

Desta vez é gerado o seguinte RL:

rl_deadbeat_versao_2.png

Percebemos que esta opção é bem melhor que primeira, mas que poderia ser melhorada. O que ocorre é que nesta 2a-versão termos pólos complexos dentro do circulo unitário (estáveis), mas na parte negativa real do plano-, o que implica que teremos uma resposta sub-amortecida, mas mais oscilatória que o desejado, porque pólos de MF na parte real negativa do plano- implicam em alternânciad e sinal nos componentes da transformada inversa entre cada instante de amostragem, ou seja, uma oscilação muito maior que a desejada, o que, se for possível, devemos evitar.

Surge então uma 3a-proposta: ao invés de colocar o pólo extra em , aproximamos um pouco mais este pólo de . Na verdade, colocaremos este pólo exatra em . A idéia aqui é deslocar o ponto de partida do novo RL que será gerado, para a parte positiva real do plano-, ou até, se tivemos "sorte", fazê-lo recair justo sobre a origem no plano-. Testando:

Segue o RL obtido para esta 3a-versão:

rl_deadbeat_versao_3.png

Pelo gráfico se percebe que esta solução é melhor que a 2a-versão, até sugere que talvez posicionar o pólo extra em talvez faça com o ponto de partida coincida com a origem do plano-. Mas a fim de não alongar ainda mais o tempo já consumido na proposta deste tipo de controlador, vamos ficar com esta versão, da forma como está.

O que gera a seguinte curva de resposta em MF para entrada degrau unitário:

step_deadbeat_versao3_1.png

Notamos que excedemos um pouco o especificado: . Um pequeno ajuste no ganho (redução do mesmo), deve corrigir este detalhe:

E obtemos então como resposta:

step_deadbeat_versao3_2.png

Efetivamente notamos que foi fácil restringir .

Por fim, a título de curiosidade, podemos comparar o desempenho deste controlador com outro rápido como o PD (ou Lead) já realizado anteriormente. Então:

E teremos o gráfico:

step_deadbeat_PD.png

Onde podemos perceber que o controlador Deadbeat é mais rápido que o PD além de garantir erro nulo para entrada degrau (em função da presença do integrador), mesmo num caso como este, no qual não foi poss'viel cancelar todos os pólos e zeros da planta. Mas é bom é bom lembrar que este resultado não é "gratuito": isto se deve à fortes atuações (fortes amplitudes) geradas pela ação de controle, para estes tipos de controladores. Notar que o ganho do Deadbeat ficou em 1800 e o ganho do PD está em , isto nos dá uma ideia dos valores inicias das ações de controle de cada um destes controlares, o que significa que na vida real é altamente provavel que estes controladores "saturem" o driver de potência instalado entre o controlador e a planta.

Salvando a seção de trabalho atual para a próxim aula:

Arquivo planta2.mat disponivel.

 

Fernando Passold, em 09.06.2021