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Resumo Teoria do Erro (ou da Precisão)

Considerações principais

Uma malha de controle típica de "controle digital":

fig_1_sistema_padrao.png

Que completamente retratada no plano-z resulta em:

fig_2_CzBoGz.png

A eq. que define a relação existente entre a entrada e a saída deste sistema é dada por:

ou:

Quando isolamos o sinal do Erro a equação fica:

(eq. (1))

ou seja, o erro só depende de:

Supondo diferentes tipos de sistemas para a e diferentes sinais de referência teremos:

: pode ser um sistema do tipo , onde:

De modo geral podemos escrever a como:

onde: é um “ganho”; num sistema com zeros, pólos e eventualmente integradores.

A questão agora é: — Como identificar um integrador (ou mais) dentro de uma (no plano-z) ?

Ação Integral

NUm sistema discreto, podemos sintetizar uma ação integral fazendo:

fig_3_int_retangular.png

Tentando generalizar (extrair) uma equação no plano-z para um processo de integração numérica retangular, percebemos que:

Desenvolvendo as equações, supondo que estamos interessados em integrar o erro de malha-fechada de um sistema, ou , teremos:

em

em

em

e assim por diante, então podemos generalizar esta processe/equação para:

A eq. anteior está no formato de “equação de diferenças”, sua transformada rede:

melhorando a expressão acima:

e finalmente temos que:

ou:

onde é o sinal que está sendo integrado (o erro do sistema) e é o resultado da integração.

Note o pólo em , é o Integrador.

fig_4_Int_trapezio.png

Desenvolvendo as equações para este caso resulta:

Lembrando do cálculo da área de um trapézio:

onde: base maior; base menor; "altura" do trapézio. Neste caso, as "bases" correspondem aos valores dos erros amostrados e a "altura" corresponde a passagem de tempo, ou período de amostragem adotado, .

Então:

em

em

em

e assim por diante, então podemos generalizar este processo/equação para:

A eq. anteior está no formato de “equação de diferenças”, sua transformada rede:

melhorando a expressão acima:

e finalmente temos que:

ou:

E assim chegaremos à:

Note que: Nos 2 casos, sempre surge um pólo em .

Conclusão final: Um pólo em caracteriza o que chamamos de ação integral.

Determinando o erro

Lembrando da eq. (1), temos que:

Usando da Propriedade da Transformada-: Valor final, temos que:

Notamos que erro só depende do sinal referência, , e da função transferência de malha direta, . Ou seja, ele pode variar com o tipo de sinal de referência aplicado num sistema e pode ser modificado se a for convenientemente alterada através de um cuidadoso projeto do controlador da malha, , lembrando que:

Para continuar podemos considerar diferentes sinais de referência e tentar prever o valor do erro.

Sinais de referência típicos

Entrada:Domínio tempo:Tranformada Gráfico
Degrau: 
Rampa:rampa.png
Parabólica:parabola.png

Analisando alguns casos...

Erro para Entrada Degrau

Erro para entrada degrau:

Temos que agora analisar para diferentes tipos de sistemas (para a ).

Erro para Entrada Degrau e Sistema tipo 0

Se a corresponde à um sistema do tipo 0 (sem integrador), então:

Teremos então que:

e assim:

Algo como mostrado na próxima figura:

erro_degrau_sistema0

ou seja, concluímos que leva à um erro constante diferente de zero (não nulo), mas constante (limitado).

Note que a constante é chamada de "constante de posição" (ou constante do erro estático de posição), e assim esta equação fica generalizada para:

Onde: .

Erro para entrada degrau e sistema tipo 1

Se a corresponde à um sistema do tipo 1 (com 1 integrador), então:

Teremos então que:

,

o que implica em:

Algo como:

erro_degrau_sistema1

ou seja, o erro tende à zero, isto significa que a saída converge para o mesmo valor da rampa (sem erro em regime permanente).

Entrada degrau e sistemas tipo

Podemos repetir o raciocínio da entrada degrau para sistemas maiores que 1 e também vamos concluir que neste caso, para entrada degrau, basta um integrador presente na malha-direta para que .

Erro para entrada Rampa

Neste caso, a equação do erro fica:

Neste caso, surge a constante de velocidade, (constante do erro estático de velocidade):

Erro para Entrada Rampa e sistema tipo 0

Neste caso, a é do tipo:

A constante de velocidade fica:

E então:

Algo do tipo:

erro_rampa_sistema0

ou seja, a saída do sistema não converge (não consegue acompanhar a rampa) e o erro é cada vez maior, ou tendendo ao .

Erro para Entrada Rampa e sistema tipo 1

Neste caso, a é do tipo:

A constante de velocidade fica:

.

E então:

Ou algo como:

erro_rampa_sistema1

ou seja, a saída do sistema converge para determinado valor, um valor não nulo, ou seja, um erro em regime permanente. Isto significa que passado um certo período de tempo (o período transitório), a saída do sistema acompanha a rampa de forma "paralela", mantendo um erro constante.

Erro para Entrada Rampa e sistema tipo 2

Neste caso, a é do tipo:

A constante de velocidade fica:

.

E então:

Numa figura:

erro_rampa_sistema2

ou seja, a saída do sistema converge para o mesmo valor da rampa, ou seja, irá acompanhar a rampa sem nenhum erro.

Erro para Entrada Parabólica

Neste caso, a equação do erro fica:

Onde: .

se refere à constante de aceleração (ou constante do erro estático de aceleração).

Erro Entrada Rampa para Sistemas

Obedecendo aos raciocínios anteriores, vamos perceber que só vamos começar a limitar o erro para uma entrada parabólica quando a malha-direta do sistema contiver 2 integradores (sistema tipo 2).

Para sistemas menores que 2 (1 integrador ou menos), o erro nunca vai convergir, isto é, é , significando que o sistema nunca vai conseguir acompanhar a parábola.

 

Por fim, podemos resumir as conclusões numa "Tabela Resumo de Erros":

Tabela resumo de erros

tabela_resumo_erros.png

Isto significa que:


Exemplo

Seja uma planta definida no mundo contínuo como:

Suponha que queremos verificar como este sistema se comporta em MF para entradas degrau e rampa, fechando a malha com um simples controlador proporcional (com ganho unitário).

Ingressando estes dados no Matlab para calcular :

Calculando erros:

Usando o Matlab… Note que a função dcgain() do Matlab é capaz de trabalhar com argumentos de entrada sendo transfer functions tanto no plano-s quanto no plano-z. Ela realiza:

Plano-sPlano-z
dcgain(FTMA(s))=
dcgain(FTMA(z))=

Então podemos usar esta função para calcular os ganhos (dos erros estáticos) de erro:

Simulando resposta em MF para entrada degrau

Fechando a malha e verificando resposta do sitema:

No Matlab:

Obtendo a figura:

item_4_7_step_ftmf_K1.png

Conforme esperado, nota-se que a saída converge para o mesmo valor da referência, ou seja, o erro em regime permanente é nulo. Mas também se percebe que a resposta é um tanto oscilatória e com overshoot elevado, o que significa que mesmo adotar gannho unitário é algo elevado para este sistema.

Simulando MF com entrada rampa

Usando Matlab:

Fechando a malha, mas para versão contínua do sistema (à título de comparação)

A próxima figura mostra a resposta para entrada rampa truncada para sistema em malha-fechado usando simples controlador Proporcional com ganho unitário:

item_4_7_rampa_ftmf_cont_K1.png

Simulando a resposta mas a versão “digitalizada do sistema”… Neste caso, usando a variante "discreta" da função lsim(). Note que a função dlsim() ao contrário de lsim, não admite que argumento de entrada seja uma transfer function. Então necessitamos, "expandir" a transfer function digital para uma versão que contenha o polinômio (coeficientes) do numerador e denominador em variáveis separadas, usando a função tfdata(<transfer_function>, ‘v’) - note que o segundo argumento de entrada desta função deve ser ’v’ (de “verbouse”).

Obtendo o numerador e denominador de em variáveis separadas:

E então finalmente se obtêm a resposta do sitema digitalizado, em malha fechada, usando controlador proporcional (ganho unitário):

item_4_7_rampa_ftmf_disc_K1.png

Note que este gráfico é semelhante ao obtido para a .

Resposta Resposta
item_4_7_rampa_ftmf_cont_K1.pngitem_4_7_rampa_ftmf_disc_K1_zoom.png

 

Fim.


Fernando Passold, em 07.04.2021 (revisado em 01/04/2024).